Durante as negociações do suplemento de risco, um dos argumentos apresentados pelo governo para atribuir 68,96 euros de compensação pelo risco aos polícias da PSP e da GNR, foi o de que os polícias já têm um suplemento de condição policial, ainda que em termos médios se encontre bem abaixo dos valores auferidos noutras forças e serviços de segurança.
Contudo, ao incluir novamente a componente “risco” num suplemento já existente, suplemento esse que já responde a outras especificidades e tendo em conta que os polícias, uma vez mais, por força do estado climático que assola o país, ficarão sem folgas, percebe-se claramente que não existirá nenhuma perspetiva de valorização do componente risco na missão policial.
Como tal, o Governo não só aplica as premissas do estado de emergência de forma leviana e mesmo sem esse estado estar decretado, como fica provado que o risco deveria ter sido tratado em legislação autónoma e dessa forma valorizado.
Como não aconteceu, reafirmamos que a negociação para atribuição de um suplemento de risco e os 68,96 euros atentam contra o determinado pelo Parlamento e atenta contra o espírito do seu propósito.
Crónicas assinadas pelo presidente da ASPP/PSP, Paulo Santos no jornal Correio da Manhã