A saída de um ministro que nunca nos ajudou
A saída de Eduardo Cabrita do cargo de MAI era inevitável e aconteceu precisamente hoje. Expectável e necessário, mas mais necessário serão as opções do primeiro-ministro face à vida dos polícias e as suas famílias.
Mais importante que a pessoa que está à frente do MAI, são as políticas que o governo pratica para resolver os problemas concretos dos polícias e da PSP.
E desse ponto de vista, o MAI agora exonerado, não teve capacidade política para resolver os problemas dos polícias. Não teve o MAI, como não teve o restante Governo.
Se há avaliação particular que se possa fazer de Eduardo Cabrita, enquanto ministro, a resposta é, avaliação negativa, pois diversos episódios mancharam a sua atuação, assim como, assentou a sua ação em muita retórica e simulação.
Contudo, as políticas do Governo para a segurança pública e para a PSP assentam na linha política do Governo e não na figura do MAI.
Espera-se, portanto, que o próximo ministro e o próximo Governo tenham capacidade política e uma ação política que acolha as propostas da ASPP/PSP e que resolva os problemas concretos dos polícias.
Alteração das tabelas remuneratórias na PSP para tornar a carreira atrativa, alteração do valor para compensação do risco, por forma a dignificar a carreira, respeito pelas regras da pré-aposentação definidas no estatuto profissional, aplicação da legislação de higiene e saúde no trabalho, reestruturação dos suplementos remuneratórios, qualificação da profissão de polícia como de desgaste rápido e uma reestruturação na orgânica da PSP, são algumas das matérias que queremos que sejam resolvidas, e isso é o que é importante para os Polícias, e é isso que esperamos que o governo resolva.
O afastamento de Eduardo Cabrita e os seus contornos é algo que não é relevante para a vida dos polícias e seus direitos. Independentemente da imagem do ministro, a sua inabilidade e episódios em que esteve envolvido, registamos ter sido afastado por um caso muito particular e não pelo seu desempenho e registamos ainda que após tanto tempo no MAI, não resolveu os principais problemas dos profissionais da PSP.