Os polícias têm a sua missão cada vez mais difícil, exigente, complexa e arriscada.
O reconhecimento efetivo por parte do poder político e ainda o acompanhamento e defesa por parte da Direção deveria ser um imperativo, também para que o estado motivacional dos polícias fosse acautelado.
Recentemente um dirigente da 𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏, que exerce funções de Comando, foi punido pela DNPSP, por recorrer ao mail pessoal/institucional, para denunciar a ausência de máscaras e outros meios de proteção, para os polícias trabalharem em segurança, isto na altura aguda da pandemia.
A constatação e denúncia dessa ausência de meios foi uma realidade, os polícias recorreram ao dirigente da 𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏 para evidenciar essa realidade e solicitar apoio, e eis que após o envio de um mail, por parte do dirigente da 𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏 para um jornalista, a denunciar essa realidade, culminou em 989.85 euros de multa por infração disciplinar.
A 𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏 não deixará de continuar a dar o apoio e patrocínio em termos jurídicos, encontrando-se a preparar uma queixa-crime. Sublinhe-se que a ausência de capacidade de liderança se traduz quase sempre num exercício de poder mais musculado, sendo a pior abordagem para motivar os profissionais.
Deixamos a nossa total e abrangente solidariedade para com o nosso dirigente, Comissário Adelino Camacho do CR Madeira, após a punição de que foi alvo, ou seja, o pagamento da pena a que foi sujeito, por enviar um mail, recorrendo ao email da PSP, denunciando a falta de máscaras e outros equipamentos para os polícias na altura aguda da pandemia.
Sentimos claramente uma constante desconsideração por parte do poder político, como sentimos uma apatia, resignação e desvalorização por parte de quem lidera a Instituição.
Tudo se agrava quando, para além do atrás exposto, se denota uma perspetiva musculada ou punitiva, contra os que tentam forçar esse necessário reconhecimento, mesmo que estes tenham funções de comando e que nesse exercício de comando, preocupam-se com os polícias que comandam, numa tentativa de colmatar as superiores e fracas lideranças na PSP.
Tem-se assistido a episódios de aplicação de disciplina e justiça interna de forma arbitrária, injusta e com funcionamento processual que atropela os mais elementares direitos de qualquer cidadão, neste caso polícia e dirigente sindical.
Tem-se ainda assistido a alguns procedimentos disciplinares que apenas têm na sua essência, uma perspetiva de exercício de poder da Direção, procedimentos disciplinares alguns deles, dirigidos a Comandantes que no exercício da sua função tentaram apenas acautelar os interesses dos seus subordinados, algo que deveria ser acautelado desde o topo, veja-se a questão do SAD-PSP, do pagamento subsídio extraordinário Covid, da falta de meios, falta de vacinas, etc.
Com diz o adágio popular: “Um fraco rei faz fraca a forte gente”.