Só com polícias saudáveis se pode ter uma Polícia saudável

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) realizou no dia 4 de maio de 2022, em Chaves, uma Conferência subordinada ao tema “Saúde Operacional dos Profissionais da PSP”.

Foram várias as intervenções acerca da realidade policial, através dos participantes e também abordagens de técnicos de saúde e juristas.

Ficou evidente que a profissão de polícia contempla especificidades muito próprias, tais como, trabalho por turnos, trabalho noturno, risco, desgaste, complexidade, exigência, afastamento de suporte familiar, pressão hierárquica, dificuldades financeiras que implicam trabalho suplementar (serviços remunerados), sendo que estas particularidades têm repercussões ao nível da saúde, quer física, quer psicológica.

A problemática das agressões a polícias, as mortes em serviço e ainda os suicídios têm também relação com esta realidade no seio da PSP.

O mais grave é que subsiste um conjunto de ausências e insuficiências que agravam a situação.

Os acidentes de serviço e a forma como são tratados, as deficiências ao nível de assistência na saúde, a ausência de medicina no trabalho, a ausência de prevenção e despistagem, a ausência de higiene e saúde no trabalho, a remuneração e o excesso de horas suplementares, as fracas condições de trabalho e falta de equipamento são exemplos concretos.

Outra das conclusões retirada indica claramente que a saúde dos polícias se encontra claramente relacionada com a saúde operacional da PSP e por essa via, o serviço prestado às populações. Daí poder-se perceber a obrigatoriedade de descontos para o SAD/PSP, pela perceção de que os polícias necessitam de estar abrangidos por um sistema próprio que os enquadre na recuperação individual, mas com um enquadramento coletivo.

A realidade diz-nos que os polícias estão com uma total desregulação dos horários de trabalho, praticam horas em demasia para complementar os seus parcos salários, por via dos serviços extraordinários (remunerados) e assistem a fenómenos de alteração comportamental e quadros de doença que muitas vezes não os decifram e muito menos relacionam com a exigência da sua profissão.

Apenas com polícias saudáveis se pode ter uma Polícia saudável.

Apenas com polícias motivados se pode prestar uma segurança pública de qualidade, mas para tal é necessário passos ao nível político e diretivo, algo que não tem acontecido e que se tem agravado e que tem contribuído para os problemas que se multiplicam.

 

 #ParaNossaDefesa

ASPP/PSP

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