Tem sido bastante noticiado e comentado o ambiente que se vive nas urgências dos hospitais, relativamente à ausência de médicos e consequente encerramento de alguns serviços.
A par dessa realidade, deu início um processo negocial entre o governo e os sindicatos da área, para tentar contrariar os constrangimentos vividos.
O Governo terá proposto aos sindicatos, uma resposta que se pretende célere e eficaz para sanar o problema e perspetivar os meses que se apresentam com maior serenidade, no entanto, os sindicatos já vieram demonstrar a insuficiência do apresentado pelo governo.
Tal como na saúde, e apesar de todas as diferenças, a segurança interna contém também problemas estruturais graves, os quais carecem de respostas também estruturais e não de mero discurso político.
Tal como nos hospitais, as esquadras estão quase sem polícias para patrulhar, sendo que os que restam estão sobrecarregados e exaustos.
𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫𝐢𝐳𝐚𝐫 𝐞 𝐝𝐢𝐠𝐧𝐢𝐟𝐢𝐜𝐚𝐫
Tal como os médicos, os polícias só são lembrados e reconhecidos em tempos de combate ao covid-19, mas no caso dos polícias só mesmo lembrados…
Há, no entanto, uma diferença entre estes dois setores e profissionais, é que os médicos têm saído para o privado em busca de melhores condições e salário e isso, legitimamente, no caso dos polícias já assim não pode ser – dada a especificidade e vínculo da profissão – ou seja, terão de continuar no meio das limitações, dos cortes e dos constrangimentos.
Espera-se, portanto, que o Governo encontre soluções políticas robustas e bem estruturadas, para responder às necessidades do Serviço Nacional de Saúde e também às necessidades da Segurança Interna, mas para isso é importante falar claro, assumir as deficiências do modelo e investir nos serviços, mas também nos profissionais que os preenchem e isso apenas, valorizando-os e dignificando-os.
Falamos de serviços essenciais do Estado e de pilares que são a base de uma sociedade.
👉 Crónicas assinadas pelo presidente da 𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏, Paulo Santos, no jornal “Correio da Manhã”. 22.06.2022.