Os últimos dias na PSP foram marcados por um conjunto de alterações que demonstram o total desnorte na gestão do efetivo policial.
Tal desnorte, resulta de algo que a ASPP/PSP vem denunciando e que o atual MAI vem tentando contrariar, apenas com propósito de acalmar alguns autarcas e tranquilizar a opinião pública, mas resulta também do constante branqueamento que os responsáveis da PSP fazem da realidade das esquadras e do funcionamento da Instituição.
Ora se à terça-feira o modelo de gestão passa por maior presença de polícias na rua, com carros-patrulha, descurando a segurança das esquadras, encerrando-as em alguns turnos (mesmo que de forma não assumida), ora à quarta-feira, por força da denúncia das situações reais, eis que se dá uma volta de 180 graus e, afinal anulam-se serviços de proximidade, equipas de intervenção rápida para reforço das esquadras, mantendo-as abertas…
𝐅𝐚𝐥𝐭𝐚 𝐞𝐟𝐞𝐭𝐢𝐯𝐨
O que aconteceu na esquadra do Infante (entre tantas outras), não se tratou de um ajuste de horário, mas sim, insuficiência de efetivo para manter a esquadra aberta.
Se a isto associarmos a colocação de esquadras móveis, num modelo antigo e pouco eficaz, constatamos que esta gestão da PSP apenas serve para manter o ministro confortável e sobrecarregar ainda mais os polícias.
Não há vontade política para resolver as questões que estão na base do problema, ou seja, baixos salários, pouca atratividade, aumento de serviços e policiamentos, pouco rejuvenescimento da PSP, trabalho suplementar.
Uma vez mais, percebemos que o MAI não esteve à altura, e a DNPSP branqueou a situação e resolveu sobrecarregar novamente os polícias, o MAI agradece, os polícias não…
Crónicas assinadas pelo presidente da 𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏, Paulo Santos, no jornal “Correio da Manhã”. 03.08.2022.