A Polícia de Segurança Pública (PSP) vive tempos excecionais e de enorme exigência devido à guerra na Ucrânia com as suas terríveis consequências, a pandemia que nos assolou, as crises migratórias, o terrorismo e a luta contra o crime organizado que constitui um desafio internacional porque não possui fronteiras e está dotado de uma imaginação sem limites quanto à prática dos seus crimes.
A atual conjuntura em que Portugal se insere levou à necessidade de criar e implementar novas ferramentas de cooperação para combate à criminalidade. Neste contexto, a nossa missão como força de segurança é essencial para o País.
E foi nesta conjuntura de exigência que um grupo alargado de profissionais da PSP, durante o verão IATA, reforçou nos aeroportos nacionais o contingente da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Não obstante a ameaça de extinção que sobre si paira, bem como a indefinição quanto ao seu futuro, este serviço de segurança, que todos conhecem e reconhecem pelo empenho, profissionalismo, resiliência, sentido de missão e de Estado de todos os seus Inspetores, recebeu e integrou os elementos da PSP que passaram, de igual modo, a efetuar o controlo documental de pessoas nas fronteiras aéreas.
Dentro das competências operacionais das duas autoridades policiais, a coordenação e a cooperação institucional funcionou muito bem, porque existe de ambos os lados e especialmente nas bases, um elevado sentido de dever, de responsabilidade e acima de tudo de camaradagem e amizade.
O mesmo já não se poderá dizer no que se refere às competências institucionais de controlo interno, às academias e instituições policiais de formação, bem como à especialização legislativa e das técnicas de fiscalização e de controlo documental.
O efetivo da PSP em serviço nos aeroportos portugueses debateu-se com algumas dificuldades e novas formas de aprendizagem e cooperação, tal a grande abrangência legal, técnica e processual que o trabalho de fronteira abarca.
O efetivo da PSP teve de desenvolver, per si e apenas com a ajuda dos colegas do SEF os seus conhecimentos da legislação comunitária, nacional e de estrangeiros, bem como técnicas de controlo de fronteira.
Não fosse o grande espírito de camaradagem criado e sustentado entre os elementos do SEF e os da PSP, o sentimento de entreajuda e de compromisso entre todos, que fez com que nos superássemos, enquanto cidadãos e enquanto profissionais e nestas vertentes não teria resultado.
No aeroporto do Porto, durante os meses de verão, apesar do enorme fluxo de passageiros para controlar (dias houve em que foram mais de 10 mil passageiros e alturas em que as salas de embarque e de desembarque estavam completamente cheias) nunca hesitamos sobre o lado em que tínhamos e temos de estar.
Juntamente com o SEF, coube-nos contribuir para garantir que o espaço onde vivemos, possa ser um espaço de segurança e tranquilidade.
Um dia mais tarde, a História contará que a PSP fez parte desta luta e que tudo fizemos para a vencer!
Podem sempre contar com a nossa entrega e a nossa abnegação. No entanto, gostaríamos que o poder político e organizacional nos garantisse que estão do nosso lado, fornecendo as formações, informações e atualizações necessárias, que permitam exercer a missão em condições de segurança e garantindo os nossos direitos enquanto cidadãos e enquanto profissionais de polícia.
Foi feito muito neste ciclo. Mas temos o dever de olhar para o que falta fazer com os olhos da poesia, porque vemos, ouvimos e lemos, mas não podemos ignorar.
Participa e intervém, terça-feira, junto à Assembleia da República, pelas 16 horas, e dá o teu contributo preenchendo o inquérito. Basta seguir o link.