Exigimos uma carreira digna e condições de trabalho
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) vai dar início à campanha “Dignidade Não é Caridade”, com o intuito de demonstrar ao Governo que, as questões de dignificação salarial, as melhorias das condições de trabalho e o respeito pela condição policial, não se respondem com caridade ou assistencialismo social.
Após a campanha desenvolvida “Polícia Low Cost”, onde sensibilizamos as populações para os problemas com que os profissionais da PSP se confrontam, (pouca atratividade da profissão, baixos salários, suplemento de risco insultuoso, pré-aposentação desrespeitada, envelhecimento do efetivo, entre outros), entendemos combater a visão do Governo para ultrapassar estes constrangimentos, que já se percebeu, assentam numa reorganização do dispositivo e numa visão de caridade, com quartos para os jovens polícias e creches para os filhos dos polícias.
Os polícias querem políticas diferentes, políticas concretas e efetivas que resolvam os problemas que são estruturais.
A ASPP/PSP entende como importante a componente de assistência social, mas não pode permitir que essa perspetiva anule a necessidade de dignificar a carreira. Tal passa por valorizar salários, respeitar a exigência, complexidade e risco da missão, rejuvenescimento do efetivo que permita libertar os que já fizeram a sua parte, motivar os que todos os dias respondem ao exigido, e a atração dos jovens para esta missão.
Como tal, decorre uma auscultação aos polícias para que possam opinar acerca das lutas que entendem como pertinentes realizar, auscultação essa que vamos alargar até ao final de outubro, para que mais profissionais se possam pronunciar, e auscultação essa que, caso o Governo não pretenda efetivamente resolver os problemas, culminará com a realização de um protesto nacional em novembro de 2022.
Até lá, e tendo em conta a apresentação do OE 2023, a 10 de outubro, iremos realizar uma iniciativa no dia 11 out 22, às 16h00, frente ao Parlamento, onde se pretende afirmar a nossa oposição à mistura entre caridade e dignidade profissional que o Governo pretende imprimir e onde iremos uma vez mais, demonstrar a necessidade de investimento num dos pilares- base do estado de direito democrático e na correspondente dignificação dos profissionais da PSP.