Fui alistado em 1982 na Polícia de Segurança Pública, passei à pré-aposentação há bem pouco tempo, em finais de 2019.
Oriundo dos paraquedistas, com apenas 21 anos, apresentei-me na segunda esquadra, Rua do Arsenal, Praça do Comércio, em Lisboa. Em abono da verdade, sem saber para o que ia e o que iria encontrar.
O sentimento de revolta instalou-se logo em mim ao ter conhecimento que apenas tinhamos uma folga quinzenal, folga essa à escolha do escriturário, o ‘ilustre’ senhor Charrua, digo eu, um verdadeiro Chefe de Esquadra.
Já na altura gostava de conversar e opinar. Ao se aperceberem desta minha característica ou particularidade, logo me alertaram que o melhor seria ficar calado, isto se queria ‘romper o capote’…
Na altura o ‘cozinhado’ de processos disciplinares na PSP era um ‘habitué’. E o inevitável aconteceu… Um autêntico ‘MasterChef Processual’. Foram processos atrás de processos, alguns deles, com a duração, imaginem, de vinte anos. É verdade. Piquetes de 24 horas, folgas cortadas… estes eram alguns dos castigos que ‘senti na pele’ e me ‘saíram do corpo’.
Tudo me fazia confusão, tudo para mim era injusto, por exemplo, já na altura os funcionários públicos tinham dois dias de descanso semanal e recebiam horas extraordinárias.
Depois de tantos processos, graças ao contributo do Gabinete Jurídico da 𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏, O SINDICATO, o meu sindicato, o final foi feliz, ‘a montanha pariu um enorme rato’.
Finalizei a minha longa carreira policial com 10 dias de multa e um louvor, fiquei um pouco chateado com a multa, mas fiquei feliz por ouvir magistrados, amigos ao tempo, dizerem para não me chatear, porque um polícia sem uma punição era alguém que passava ao lado da dignidade profissional na defesa dos seus direitos.
Sei que era uma forma de me reconfortarem, mas também uma forma de me darem alento e confiança para continuar na luta.
Orgulho-me de ter pertencido de forma ativa à luta clandestina que originou ao nosso ’25 de Abril’ – os “Secos e Molhados”, no dia 21 de abril de 1989. A união dos polícias.
Foi com a intensidade dessa luta que surge o direito ao Sindicalismo Policial. Mas atenção, o surgimento deste, requereu mais responsabilidade, tanto aos sindicalistas, aos próprios policias, como à tutela. Pois hoje há direitos que foram adquiridos que a tutela tem o dever de respeitar, um deles é o dever de negociação com os sindicatos.
Com a afirmação da 𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏 no seio da Instituição Polícia de Segurança Pública, esta começou a sentir “um nervoso miudinho”, o que levou mais tarde, ‘nos corredores do MAI, e da DN/PSP’, para que “o nervoso miudinho” não aumentasse, à criação (com a ajuda do MAI e da DN/PSP) de novos sindicatos. Foi assim promovida a desunião. Desunir para reinar.
Eram frequentemente organizadas operações, em cima de operações, estas coincidiam, quase sempre, em dias de protesto da 𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏. Eles sabiam que com essa estratégia, impediam e, em grande escala, a presença dos polícias nas ações de luta promovidas pela 𝐀𝐒𝐏𝐏, e assim conseguiam enfraquecê-las e descredibilizá-las.
Para os jovens colegas e, camaradas, deixo uma mensagem, de ânimo e coragem:
Está na hora de AGIR, pois, infelizmente do MAI e da DN/PSP, não se prevêem bons ventos…
UNIDOS SOMOS MAIS FORTES, na defesa dos nossos direitos.
LUTAR SEMPRE!
Não escolham o sofá como forma de Luta.
A 𝐀𝐒𝐏𝐏 foPRE. DIVIDIR NUNCA! Um forte e sentido abraço do amigo Filipe.
E já agora, 𝐀𝐒𝐏𝐏, SEMPRE!
PS: Dá o teu contributo preenchendo o inquérito.
Basta seguir o link. i, é, e continuará a ser, o pilar responsável, com honestidade e determinação, na defesa dos nossos direitos.
Nas fileiras da 𝐀𝐒𝐏𝐏 há união, há força para AGIR. Há determinação para desviar os maus ventos do MAI e da DN/PSP, para lá das Berlengas.
UNIR SEM