Tem sido recorrente o uso da arte de multiplicar por parte do MAI, mas tal recurso comunicacional é feito sempre com erro, falsidade ou habilidade.
Que fique claro, o vencimento base de um PSP em início de carreira é 809 euros.
Depois há suplementos remuneratórios, sendo que um deles, é o suplemento por serviço nas forças de segurança, indexado em 20 por cento desse base e que contém também uma componente fixa “risco” de 100 euros.
O MAI quando dá jeito, e para evidenciar um vencimento mais interessante, soma tal suplemento ao vencimento base, mas quando pretende valorizar a componente risco, já separa o risco do base, e quando quer valorizar o risco, coloca-o inclusive indexado ao base, como se não fosse fixo, por outro lado, identifica todos os outros suplementos como se os polícias recebessem, ignorando que não são cumulativos e muitos são incompatíveis.
Depois anuncia o mesmo concurso de mil polícias tantas vezes, que parece que vão entrar dez mil polícias, mas para esses mil, concluídas as provas, apenas cerca de seiscentos se consegue.
Depois ainda acrescenta que os serviços remunerados, que são horas extraordinárias que os polícias realizam com recurso ao seu esforço, prescindindo do seu descanso e convívio familiar, são afinal bónus…
Pena que nem os polícias, nem o rendimento se multiplique na igual medida do discurso do MAI, pois se assim fosse, o efetivo seria o suficiente e os polícias receberiam o justo.
Só falta ao Sr. Ministro afirmar que os polícias já têm o direito à greve…
Como é que é? Já o afirmou?!
Crónicas assinadas pelo presidente da 𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏, Paulo Santos, no jornal “Correio da Manhã”. 09.11.2022.