A 24 de novembro, a 𝐀𝐬𝐬𝐨𝐜𝐢𝐚çã𝐨 𝐒𝐢𝐧𝐝𝐢𝐜𝐚𝐥 𝐝𝐨𝐬 𝐏𝐫𝐨𝐟𝐢𝐬𝐬𝐢𝐨𝐧𝐚𝐢𝐬 𝐝𝐚 𝐏𝐨𝐥í𝐜𝐢𝐚 (𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏) realizou uma manifestação em Lisboa, pelas razões sobejamente conhecidas, com uma base de apoio e solidariedade bastante alargada a outros setores da administração pública, militares, órgãos e serviços de segurança e sociedade civil.
A manifestação realizou-se com marcha em silêncio, terminando com o Hino Nacional, numa demonstração de elevação e dignidade, o que caracteriza há muitos anos a 𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏 e os polícias.
Nesse mesmo dia e no Parlamento, a segunda figura do Estado, no decurso dos trabalhos parlamentares, dirigiu-se a um agente da PSP de uma forma inqualificável.
Que a segunda figura do Estado desconheça que os agentes da polícia não têm como missão e função abrir ou fechar portas, e ainda que a segunda figura do Estado também não saiba que as ordens emanadas devem ser dirigidas ao graduado no local, para que este as enquadre hierarquicamente, já é por si só estranho, mas que à segunda figura do Estado lhe falte elevação e se dirija a um profissional da PSP com prepotência e arrogância, aí já é condenável.
Face a esse episódio, que não será único, apenas me apraz registar que, quando os representantes do Estado que têm responsabilidades acrescidas, não sabem ser e estar nas suas funções, abrem caminho à descredibilização dos cargos que ocupam.
Por outro lado, e regressando ao início desta crónica, quando os polícias demonstram a sua elevação nos protestos, tornam mais legítima a sua justa luta.
Crónicas assinadas pelo presidente da 𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏, Paulo Santos, no jornal “Correio da Manhã”. 07.12.2022.