É mais que evidente a investida que tem sido levada a cabo contra os trabalhadores da Administração Pública, inclusive, os das carreiras especiais.
Não só pela mão do atual Governo, mas também dos anteriores, a desvalorização dos trabalhadores das carreiras especiais e demais trabalhadores da Administração Pública tem sido uma constante, como tal, a recente luta dos professores, enfermeiros, funcionários de justiça, militares e polícias é, não só pertinente, como necessária, não só pelas legítimas reivindicações, mas também pela preservação de pilares base de um Estado de direito democrático.
Apenas através da luta dos profissionais desses vários setores, apenas com o combate a um Governo que insiste em não respeitar e dignificar os trabalhadores, mas de forma desavergonhada tropeça em episódios, casos e compadrios próprios de um modelo desigual e injusto, o qual mais evidencia a crise da democracia, por incumprimento do consagrado na Constituição da República Portuguesa (CRP), se conseguirá alterar o rumo.
A luta deve continuar, aumentando a intensidade e alargando a sua base, e aquilo que também se impõe, não deve ser a alteração da Constituição da República, mas sim, o seu cumprimento.
Crónicas assinadas pelo presidente da ASPP/PSP, Paulo Santos, no jornal “Correio da Manhã”. 15.02.2023