A Associação Sindical de Profissionais de Polícia – ASPP/PSP solicitou ao Ministério da Administração Interna a abertura de um processo negocial com os Sindicatos da PSP para alteração das tabelas remuneratórias na PSP
Esta solicitação tem na sua base os seguintes fundamentos:
A PSP atravessa momentos graves do ponto de vista do seu equilíbrio, funcionamento e capacidade de resposta. A PSP tem um efetivo envelhecido, saturado, desmotivado, cansado, com missões alargadas, com constantes cortes de folgas e trabalho suplementar.
A missão policial é cada vez mais arriscada, complexa e exigente.
A PSP já não tem capacidade de manter os números de candidatos que respondam às necessidades, o direito à pré-aposentação é colocado em causa, há sete anos. Os profissionais da PSP que pretendem, cada vez mais, abandonar a Instituição e procurar outros projetos de vida. Isto dentro das respetivas carreiras em que há também incongruências e constrangimentos a sanar. Este quadro apresenta-se, na nossa opinião, também por uma realidade salarial que se encontra abaixo do necessário, tendo em referência as particularidades desta profissão/missão, algo que não será resolvido por medidas assistencialistas ou de alteração de requisitos de admissão.
As retificações salariais provocadas no ano de 2022, com efeitos a 2023, não corresponderam a nada do que seria necessário e sobretudo à mais elementar justiça. Não foram acolhidas quaisquer propostas dos sindicatos e o resultado dos valores surgiu de uma negociação que em nada alcança a realidade da PSP.
A perspetiva de obstaculizar esta melhoria salarial e a sua discussão, por via de um debate em torno dos serviços remunerados, nada mais é que um “ardil” que pretende resolver a incapacidade do Governo e da PSP em responder aos desafios, colocando nos privados (através do pagamento) e nos profissionais da PSP (através de trabalho suplementar, seu descanso, sua saúde) esse ónus.
A valorização salarial na PSP, a dignificação dos seus profissionais (agentes, chefes e oficiais) e a criação objetiva de condições de trabalho é e será o bramar, a resposta que se impõe para que a PSP possa ser atrativa, para quem pretenda abraçar esta profissão, mas também para aqueles que, legitimamente, almejam evoluir/progredir na carreira.
O Governo tem todas as condições (políticas e financeiras) para dar um passo nesta matéria e resolver um problema que já existe, que se agrava a cada dia que passa, mas que, insistentemente, se pretende esconder, ou adiar, adiando a democracia que está em risco por força da desconstrução do seu pilar securitário.
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