Recentemente visitei o Comando Distrital da PSP de Leiria, desde o edifício do próprio comando a algumas esquadras (Marrazes, Peniche e Marinha Grande).
Estas visitas e contactos pessoais são extremamente importantes, pois apenas desta forma se fica com uma noção mais clara e evidente da realidade, mas também é possível sentir-se o sangue que pulsa nos polícias, as críticas, as opiniões, o seu estado de espírito.
Ao contrário de outras visitas aos comandos, as visitas da Associação Sindical do Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) não têm qualquer tentativa de adulteração da realidade, aliás, se mudanças há, normalmente são tentativas superiores de obstaculizar o plasmado na lei sindical e sua liberdade, contudo, normalmente sem qualquer sucesso, dada a maturidade dos polícias que conhecem bem a lei.
Centrando-me novamente na visita, deixem-me partilhar que, à semelhança de dezenas de outras já realizadas, há um denominador comum, o desânimo dos profissionais, face aos problemas tantas vezes evidenciados pela ASPP/PSP.
O Comando Distrital de Leiria tem uma dispersão geográfica considerável, tem fenómenos sociais/criminais relevantes em algumas esquadras, como por exemplo, na Marinha Grande, contudo, tem um efetivo reduzido para as exigências, envelhecido e desgastado.
Também em termos de condições, como exemplo, o edifício do Comando Distrital que há mais de dois anos, na nossa última visita, estaria para ser intervencionado, apenas teve uns retoques…
Ficou mais que evidente que, face a estas dificuldades, apenas com o sentido de responsabilidade e elevado grau de compromisso dos policias para com a missão, é possível manter-se a capacidade de resposta.
Até quando Senhor Ministro?
Crónicas assinadas pelo presidente da ASPP/PSP, Paulo Santos, no jornal “Correio da Manhã”. 29.03.2023.