Recentemente foram conhecidos os números de candidatos aptos para a bolsa de recrutamento à Polícia de Segurança Pública, fase que antecede a prestação de provas ao próximo curso de agentes da PSP, do qual e para já se desconhece a data de início.
Aquilo que já se conhece são os números dos candidatos aptos, os quais, no universo dos 3042 cidadãos que concorreram, ficaram apenas 2032, sendo que 1010 foram dados como inaptos.
Se olharmos para estes números e se revisitarmos os anteriores processos, questionamos com preocupação quantos se encontrarão em condições para iniciar o curso, após as provas de seleção e demais procedimentos.
Para além disso, se conhecermos a realidade da PSP, ao nível das características atuais do efetivo, da exigência das alargadas missões, do desrespeito constante pelo direito à pré-aposentação, folgas e férias, e ainda se olharmos para a saúde operacional dos polícias, questionamos ainda com muita mais preocupação o que vai suceder.
Temos alertado o MAI para a necessidade de acautelar o futuro, temos proposto tudo o possível para responder aos desafios, temos denunciado publicamente para os problemas estruturais existentes, contudo, a resposta que temos obtido do MAI, passa por desvalorização e adulteração da realidade, passa por anúncios, caridade, propaganda e Excel.
Seria importante prevenir antes que se coloquem cenários graves, pois segundo parece, o verão este ano vai ser quente!
Crónicas assinadas pelo presidente da ASPP/PSP, Paulo Santos, no jornal “Correio da Manhã”. 10.05.2023.