Poderia abordar nesta crónica a nomeação da nova Direção Nacional da PSP e dos novos comandantes, no entanto, julgo ser já conhecida a posição do sindicato mais representativo acerca desta matéria, ou seja, a responsabilidade política do MAI como determinante no bom funcionamento da PSP, a necessidade de transparência acerca da realidade da PSP e dos problemas que existem e ainda a necessidade de uma gestão por parte da Direção Nacional e dos Comandantes que não demonstre subserviência ao MAI.
Posto isto, abordo nesta crónica um episódio recente, ocorrido no Porto, em concreto, uma desordem com cerca de 70 pessoas, no seguimento do sorteio de licenças para venda de castanhas, em que foram lançadas algumas críticas ao tempo de resposta da parte da PSP.
Independentemente de outras variáveis que aqui vou ignorar acerca desta ocorrência e sua origem, importa-me sim referir a este propósito que, os alertas foram feitos há muito, inclusive com uma carta enviada pela ASPP/PSP aos comandantes, aos autarcas e às populações, relativa aos problemas que assolam o funcionamento e incapacidade da PSP, que culminam na resposta às solicitações dos cidadãos.
Com a escassez de efetivo, envelhecimento do mesmo, aumento de missões e serviços, falta de recursos e de execução real dos números anunciados como investimento, a situação vai piorar, mesmo com a constante política de propaganda ou as respostas assistencialistas do MAI.
Os polícias há muito que sabem e sofrem esta realidade, as populações parece que ainda não, o MAI sabe, mas parece fingir não saber…
Crónicas assinadas pelo presidente da ASPP/PSP, Paulo Santos, no jornal “Correio da Manhã”. 13.09.2023.