Entretanto estamos em 2024 e após a celebração e a partilha de esperança e desejos, há o confronto com a realidade.
Obviamente que não pretendo ser negativo, mas a realidade é demasiada crua e dura para nos levar a projetar um ano difícil.
Desde a conjuntura internacional, à experiência dos anos anteriores em termos nacionais, principalmente o último, auguram-se tempos difíceis, ainda que com a necessária esperança que acompanha qualquer humano mais descrente.
Não deixo de registar a complexidade dos desafios da comunidade internacional, principalmente dos conflitos brutais, em que se evidencia a irrelevância da vida humana, perante interesses de poder e objetivos geopolíticos e geoestratégicos.
Não deixo ainda de registar um quadro político nacional, em que mais importante que as condições políticas do próximo governo, as quais resultarão do quadro parlamentar resultante do voto dos portugueses, parece ser mais relevante o que vai acontecer para obstaculizar o governo entretanto eleito, dada a fraca qualidade do funcionamento partidário, em que a irresponsabilidade e tática para ser poder, ultrapassam a responsabilidade de garantir um tão necessário compromisso com os portugueses, assente na resolução dos seus reais problemas, isto a juntar a mais episódios de entretenimento e preocupante onda de populismo.
Relativamente à PSP e olhando para o passado recente, ou se incide as políticas tomando como necessária a perceção da realidade, ou continuaremos a descapitalizar tão nobre Instituição e a alimentá-la de condimentos intolerantes.
Crónicas assinadas pelo presidente da 𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏, Paulo Santos, no jornal “Correio da Manhã”. 03.01.2024