É revoltante sofrer com modelos de gestão ultrapassados
Um dos temas mais delicados na carreira dos profissionais são as transferências de Comando de polícia. Um polícia que inicia a sua carreira, por imposição, em Lisboa, pode demorar vinte anos ou mais a chegar ao seu comando de polícia da sua preferência. Mas se o tempo é um problema, o modelo de gestão das transferências é atualmente inadmissível. Um polícia ao fim de 20 anos à espera de ser transferido, pode saber, dois ou 3 dias antes, que inicia o trabalho a centenas de kms de distância. Ninguém quer saber se tem uma casa para entregar ou para vender no local onde exerce funções, se tem de matricular os seus filhos na cidade para onde vai exercer funções ou mesmo se está preparado minimamente para garantir a sua deslocação definitiva em 3 dias.
Será que não há um modelo de gestão que garanta a informação no início de cada ano, de quantas vagas existem em cada comando, que informe no mínimo 3 meses antes quantos e quem são os polícias que vão ser transferidos?
Os polícias têm sofrido com várias decisões políticas, em relação aos baixos salários, com a falta de uma carreira aceitável ou mesmo com as parcas condições de trabalho, mas é ainda mais revoltante sofrer com modelos de gestão interna ultrapassados. É urgente alterar.
Crónicas assinadas pelo presidente da ASPP/PSP, Paulo Rodrigues no jornal Correio da Manhã