O presidente da ASPP/PSP, Paulo Jorge Santos, publica na VISÃO carta aberta dirigida ao ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, lamentando o que considera serem as críticas do governante ao sindicato. “Nem sempre o ataque é a melhor defesa”, diz a estrutura de polícias

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) visitou, durante mais de um ano, a maioria das esquadras da PSP de Portugal, a totalidade dos comandos do País, reuniu com muitos profissionais, ouviu, viu, constatou, ouviu os lamentos e dificuldades de gestão de quem tem essa responsabilidade.

A ASPP/PSP, enquanto sindicato mais representativo de polícias, é constituída por profissionais (agentes, chefes e oficiais), que, diariamente, trabalham nesta mui nobre Instituição que o sr. ministro demonstra não pretender que evolua.

Estes profissionais de polícia, que são também dirigentes e delegados sindicais da ASPP/PSP, não só conhecem a realidade da Instituição, como sofrem os impactos de permanentes gestões políticas erradas, ouvem os lamentos das populações e lidam com vários outros profissionais, os quais lamentam, reclamam, reivindicam e exigem posições ao sindicato.

E facilmente se percebe que não se resume a uma minoria.

O Ministério da Administração Interna (MAI) tem sido interpelado pelos jornalistas sobre realidades várias, relativas à falta de efetivos na PSP e sobre a insatisfação no seio das forças de segurança. Diz o MAI tratar-se de uma minoria, e já evoluiu na crítica direta à ASPP/PSP, de que este sindicato nunca diz nada positivo sobre a PSP.

Sr. Ministro,

Uma vez mais deixamos um apelo e um repto, pedimos que deixe estas considerações constantes e infelizes contra a ASPP/PSP e o constante branqueamento da realidade. Sentemo-nos para discutir, por exemplo, algo que o senhor tem na sua posse pela mão da ASPP/PSP (já o propusemos, não nos cingimos à denúncia), ou seja, o processo negocial para a alteração da Tabela Remuneratória da PSP, diploma sobre SAD-PSP, proposta de alteração do valor do subsídio de risco e anulação da norma que condiciona a saída para a pré-aposentação ou diploma de higiene e saúde no trabalho.

Aguardamos, Sr. Ministro.

https://visao.pt/opiniao/2022-10-04-nao-senhor-ministro/