
TOMADA DE POSSE | Órgãos Sociais ANS | ASPP/PSP Presente
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A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), a convite, fez-se representar pelo seu presidente Paulo Santos, na Tomada de Posse dos novos Órgãos Sociais da ANS – Associação Nacional de Sargentos, para o biénio 2025/2026, eleitos no passado dia 1 de fevereiro, no decurso de uma Assembleia Geral Eleitoral que decorreu durante as comemorações do "31 de Janeiro - Dia Nacional do Sargento". Tomada de Posse, ontem, 23 de fevereiro de 2025, no Lagar de São Vicente, em Telheiras, Lisboa.
Discurso do presidente da ASPP/PSP na Tomada de Posse da ANS
Exmos. Senhores,
Não poderia iniciar esta minha intervenção sem que, previamente, fizesse menção a António Lima Coelho. Isto, por dois motivos:
primeiro, pela nossa já longa amizade, e pela cumplicidade, fraternidade e partilha de valores de Lima Coelho com um outro sargento, que tive a honra de ter como pai, o Sargento-Mor Aparício que, embora fisicamente ausente, de alguma forma estará hoje aqui presente.
Segundo, pelo exemplo dado por Lima Coelho numa outra vertente que tanto me diz, refiro-me ao associativismo, não a um qualquer, mas àquele que, presentemente, por motivos vários se tornou incomum e extremamente difícil de colocar em prática, um associativismo assente na seriedade, na combatividade e num espírito de luta coletiva, aquele que, durante vários anos, na ANS, Lima Coelho conseguiu imprimir com um cunho muito pessoal, de forma paradigmática e inspiradora.
AMIZADE, ADMIRAÇÃO e CONSIDERAÇÃO não são para mim palavras nem sentimentos fúteis a serem empregues trivialmente.
Há AMIZADES tão ou mais fortes que os laços sanguíneos, e poucos são os sentimentos que nos proporcionam a união, a coesão e a solidariedade quanto a ADMIRAÇÃO e a CONSIDERAÇÃO.
Exmos. Senhores,
São já trinta e seis, os anos que a Associação Nacional de Sargentos (ANS) leva marcados por um incessante trabalho associativo em prol da defesa dos sargentos, das suas famílias, das Forças Armadas e de Portugal. E é para a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) a que presido, um enorme orgulho ter com a ANS uma parceria histórica e estarmos juntos na luta pelo associativismo sócio-profissional, a melhor e mais impetuosa ferramenta para garantirmos o futuro das nossas carreiras e dos seus profissionais. Ligação esta que desejo perdure por muitos, bons e longos anos.
Juntos na luta, por mil e um motivos, sendo esse um, o contexto político-social com que nos deparamos, e para o qual não se perspetivam melhorias a curto prazo para nenhuma das forças - militar e de segurança. Pois, os que fazem do seu radicalismo nóxio e interesseiro a trincheira da sua covardia, continuarão empenhados em obstruir ou mesmo destruir as dinâmicas e os objetivos destes dois dos principais e mais importantes pilares ao serviço do Estado. Mas engane-se quem pense que a nossa atenção deve recair somente nestes, diz-nos a história - nunca descurando o "fogo amigo"... - É importante mantermo-nos atentos e unidos às investidas vindas de todas as coordenadas possíveis e imaginárias. "Eles andam aí", e nós, vigilantes, ativos e combativos, continuaremos, com toda a certeza, por aqui!
Caros amigos,
Não poderia deixar de fazer referência ao 31 de janeiro de 1891, à revolta dos Sargentos. A primeira tentativa feita em Portugal, para a implantação de um Estado de Direito Democrático. Julgo vergonhoso e humilhante que a discussão do Projeto de Resolução, que deu entrada na Assembleia da República, há já dois anos, que consagra o dia 31 de janeiro como "Dia Nacional do Sargento", se encontre ainda por estatuir.
Ao Sargento-Ajudante João Mata e restantes camaradas que assumem os destinos da ANS, aceitem os votos das maiores felicidades e perdoem-me incidir a intervenção no passado e na anterior direção, mas contem com a ASPP/PSP para o que necessário for e disponibilidade total para os próximos tempos.
Para terminar, resta-me confidenciar que, no rascunho para este discurso, tinha tomado notas com o intuito de versar sobre episódios recentes que me incomodam tanto quanto a desigualdade social, refiro-me a vaidades desmedidas, egos, injustiças e outras nuances, mas optei por não o fazer, pois, o tempo encarregar-se-á de fazer cair as máscaras revelando a verdade dos fatos, espelhando quem é quem.
Forte abraço e um bem haja à ANS.
Paulo Santos
Presidente da ASPP/PSP
#ASPP