Se a irresponsabilidade matasse ...

Se a irresponsabilidade matasse ...

O suicídio nas forças de segurança é um fenómeno cada vez mais inquietante, ao qual a abordagem deve ser feita de forma séria e consciente, por parte dos responsáveis, avaliando variáveis que lhe estão associadas e que no imediato devem ser mitigadas. 

Se é verdade que muito se tem falado sobre esta fatalidade, também não deixa de o ser que - o tempo passa e o estado da saúde mental nas polícias se agrava. E quando assim é, criticar não é só uma opção, é um dever. Porém, é preciso ir além do discurso.

A vida profissional atual dos polícias, as dificuldades na sua intervenção e a desumanização na sociedade e no trato pelos vários Executivos (externos e internos), aliados a fatores gerais e sociais, "empurra-os" para atos irrefletidos, alguns irreversíveis.

Há dias, a ASPP/PSP realizou a sua II Conferência sobre Saúde Operacional, concluindo-se que tudo o que é contraindicado, faz parte do dia a dia dos profissionais da PSP. O trabalho por turnos e noturno, a pressão, desequilíbrio da vida profissional e familiar,  carga horária, condições estruturais, entre outros domínios.

Estudos e legislação existem, mas pouco ou nada é aplicado na PSP. O que, face a este flagelo, perpétua problemas que lhe dão origem. Algo que deveria provocar a alguns, vergonha e forte sentimento de culpa. O que não me parece...

Paulo Santos 
Presidente da ASPP/PSP

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