"Depois não se queixe(m)..."

"Depois não se queixe(m)..."

Facilmente constatamos no terreno, que a missão da PSP assenta em pressupostos reativos. Numa pós-consumação do crime e não na sua prevenção. É descurando o policiamento preventivo, quase sempre em "modelo privado" - polícias em remunerado. Isto, associado, por exemplo: - à complexidade do serviço, aumento de valências e à escassez de efetivo, temos a Instituição que temos - fragilizada e a funcionar antagonicamente à sua génese.

Nunca descurando a componente reativa, deve o modelo assentar na prevenção e conceção de serviço público. Diz-nos as referências institucionais: "... A PSP está decisivamente empenhada na sua missão de serviço público"; "... O cidadão ocupa um papel central no sistema de segurança interna, pelo que se impõe crescente visibilidade da Polícia e uma política de proximidade, devendo as autoridades estimular a participação destes nas ações de prevenção da criminalidade".

Esta "mescla" (modelo reativo/serviço privado) é nefasta para os polícias, ex: - mais trabalho, maior burocracia e privação de folgas - mas também para os cidadãos: - dificuldades em terem respostas às suas necessidades. Consequência de um "assobiar para o lado" dos sucessivos governos. 

A PSP carece de visão estratégica, investimento e compromisso político, para conseguir agir num quadro cada vez mais austero. Caso contrário, farei minhas as palavras do protagonista do 'A Sentença'.

Paulo Santos, presidente ASPP/PSP

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