Realidade irrefutável

Realidade irrefutável

Não é meu apanágio escrever com cunho lírico, romântico ou de índole pessoal, pois a natureza coletiva de um sindicato não o permite e obriga-me a uma escrita realista e pragmática. No entanto, permitam-me a partilha de algo que julgo curioso pela estranheza comportamental, difícil compreensão e até um certo ceticismo quanto ao rumo a tomar.

Como presidente do mais representativo sindicato das Forças de Segurança em Portugal, sou algumas vezes abordado por colegas sobre os mais variados temas que assolam os polícias e a Instituição PSP. Recentemente, contatado por um jovem colega que acabou por se associar à ASPP/PSP após explicação da história desta organização, da sua importância no sindicalismo e na segurança interna, as suas lutas e conquistas, a necessidade de equilíbrios e da importância e pertinência de acordos, inclusive o celebrado em julho do pretérito ano, conhecido inicialmente como valorização pelo risco.

Dada a sua reação, julgo ter percebido a mensagem, mostrando-se sensibilizado e bem impressionado. Volvidos três, quatro dias e já com a formalização da sua condição de associado, fui novamente por ele interpelado. Isto porque, em conversa com outro colega presidente de outra estrutura sindical, ter-lhe-á dito ter tomado uma má opção em juntar-se a "traidores" que se vergaram ao governo, acordando receber menos do que os profissionais da PJ. Acrescentando que a ASPP/PSP é o pior dos sindicatos e que nada tinha para lhe dar.

Ao jovem colega confuso após a última abordagem, pouco mais poderei acrescentar ao que disse, pois a ele cabe decidir entre uma estrutura séria, responsável, representativa, digna, consequente e elevada, e outras que têm como práticas as de sempre. Apenas um conselho: maior atenção, astúcia e perspicácia. Quanto ao segundo colega, presidente de outro sindicato, que estrategicamente usa o desconhecimento e/ou a fragilidade de outros para atingir os seus intentos, uma questão: porquê o promover o divisionismo insistindo na mentira, na invenção, na falsidade e na calunia?

Sobre o acordo, também os que "abandonaram o barco" desde então mentem, omitem o contexto, as circunstâncias e as limitações. Porque não dizer a este e a outros jovens e menos jovens colegas o que fizeram em reação à opção da ASPP/PSP desde julho de 2024? O que fizeram contra o acordo? Pois... Porque nada fizeram ou propuseram. Nada! Os polícias têm já parte do acordo e condições para exigir o que dele falta. Porque não informar os jovens e também os menos jovens polícias que, caso nada fosse acordado em julho de 2024, após a queda do governo nada teríamos? Porque não convém...

Mais ... 

Recebi recentemente uma chamada de um associado que, indignado, me disse não fazer qualquer sentido serem os polícias obrigados a realização de serviços remunerados nas folgas. Que a ASPP/PSP nada fez para combater tal situação. Disse-lhe o que foi feito e o que será feito. Disse-me Desconhecer. No mesmo dia recebi uma outra chamada a agradecer à ASPP/PSP o papel interventivo que tem tido na defesa dos polícias, principalmente no que diz respeito às folgas. Agradeci as palavras e a confiança.

Esta é quase uma realidade esquizofrénica, não assumindo tal, unicamente porque sei que as percepções e opiniões advêm do grau de conhecimento e de esclarecimento de cada um. Por isso admito que a proximidade, a informação, o esclarecimento com verdade e seriedade é a arma junto dos meus colegas, contra a ignorância e o "ataque" dos que realmente nada têm para dar e que apenas sobrevivem mentindo compulsivamente.

Historicamente, para além da ASPP/PSP, nenhuma outra estrutura sindical da PSP teve resultados nas suas lutas e nada conquistaram. Nada! Ninguém poderá provar o contrário, pois esta é uma realidade irrefutável.

Aos polícias reafirmo: a ASPP/PSP continuará, através da sua intervenção, a lutar para que tenhamos mais garantias e melhores condições de trabalho. Mas reais e efetivas.

Paulo Santos 
Presidente da ASPP/PSP

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